Sou fã deste painel - ao longo dos anos 80, ele permaneceu moderno |
O estado geral do veículo era bom, apesar dos quase 11 anos de uso. O hodômetro marcava 65.000 km, mas provavelmente, pelo estado, chuto que ela já teria rodado 165.000 km, pois depois dos 99.999 km, o hodômetro zerava. O interior estava perfeito: painel sem trincas, estofamento, carpetes, laterais de portas impecáveis. Lembro dos 4 pneus radiais da Pirelli novíssimos, pintura em ótimo estado, mas o motor apresentava um vazamento de óleo que - acredite! - mecânico nenhum, que a levamos, conseguia resolver. E foram três especialistas em motores refrigerados a ar. Era parar e ficar a poça de óleo no chão! Meu pai, que já não havia gostado do carro, foi pegando raiva! Principalmente quando um vizinho, amigo ou colega de trabalho perguntavam por que ele havia trocado o lindo Chevette naquela Variant...
No início ele tentou disfarçar. Fomos passear algumas vezes em Cachoeira de Emas e em Leme com ela. Lembro do carrinho alcançando 130 km/h (indicados no velocímetro). Mas o vazamento de óleo o incomodava e chegou um momento em que ele nem queria mais saber de arrumar! Era o pretexto que tinha para se desfazer do carro.
E poucos dias antes do Natal de 1990, encontrou um comprador. Eu fiquei triste, pois gostava da Variant II. Foi com ela que me apaixonei por peruas! Sonhava em viajar para Parnaíba, no Piauí (terra do meu pai), com este carro! A família toda, lotada de bagagem... Ir para a praia com a tampa traseira aberta, pés para fora, o automóvel deslizando pelas areias brancas e estradinhas de piçarra. Mas não deu! Depois de apenas 45 dias, tendo rodado somente 1.000 km nas nossas mãos, a saudosa (para mim) Variant II ia embora com o novo dono.
Meu pai tentou comprar outro carro, mas com o dinheiro da venda (por ansiedade, acabou por vendê-la muito barato), só conseguia encontrar carros bem mais antigos, como Fusca 1300, 1974, Azul Caiçara (azul calcinha) ou Corcel I, 1975. Então, utilizou o dinheiro para quitar algumas dívidas. E com o que sobrou, comprou um videocassete novo, da Philips, para nós e viajou para o Piauí, pois precisava visitar sua mãe, que já estava bem idosa e ele não a via há muitos anos. Porém, foi sozinho e de avião. A viagem com a Variant II ficou somente nos meus sonhos. O pior é que permaneceríamos 10 meses sem carro, pois só em outubro de 1991, meu pai conseguiu dinheiro suficiente para comprar outro.
Próxima postagem: Fiat 147, 1979, Branco Alpi (e Monark Monareta 50cc).
Gostei demais dessa cor verde indaiá...valeu!
ResponderExcluirGostei demais dessa cor verde indaiá...valeu!
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