sábado, 17 de outubro de 2015

Ford Corcel II L, 1978, Branco Nevasca.

Essa imagem não é do Corcel II da minha família


Junho de 1990.

Não tenho fotos desse carro, que nos foi indicado pelo segurança da empresa que meu pai trabalhava em Pirassununga (Caninha 51, hoje, Indústrias Müller de Bebidas).

Um rapaz conhecido como "Índio", estava vendendo esse Ford. Um dia após a venda do Corcel II L, 79, Bege Outono, estava eu jogando futebol, na rua Dr. Elói Chaves, em Cachoeira de Emas, quando apareceu o Índio com o guarda que trabalhava na Caninha 51.

De cara, não gostei do carro: era o modelo L, porém sem opcionais. Totalmente básico! Além de eu achar as lanternas do 78 feias (as traseiras são lisas, muito simples se comparadas às caneladas do 79 e as dianteiras são de cor laranja - as do 79 são transparentes), esse carro vinha com bancos em vinil (queimava o corpo de quem sentava, depois de o carro ficar exposto ao sol), sem carpete, aquele volante mais simples herdado do Corcel I básico, sem console central (a alavanca do câmbio aparecia espetada no assoalho), rodas simples (também herdadas do Corcel I básico), painel sem capa emborrachada e sem o plástico imitando jacarandá, para-choques em preto fosco, sem polia eletromagnética do ventilador, motor 1400 de bloco antigo (o mesmo do Corcel I), câmbio de 4 marchas, entre outras tantas simplificações.

O Índio mostrou a documentação e o carro, que tinha acabado de ser transferido para Pirassununga, placas amarelas BR-2972 e, anteriormente, era de São Paulo. Apresentava um emblema da Ford Capital na tampa traseira e acompanhava a nota fiscal de uma retífica completa feita na Marangoni, em Pirassununga - o motor havia sido refeito há poucas semanas e tinha 6 meses de garantia! Além disso, 4 pneus da Goodyear Eagle GT+4 novos e nota fiscal de 4 amortecedores novos da Cofap. O interior, apesar da simplicidade (feiúra), estava bem conservado e ostentava um acessório interessante: um toca-fitas Philco/Ford (acho que do Del Rey Ouro), com alto-falantes 6X9 e twitters.

Mas por fora, o veículo "ostentava" umas marcas de massa plástica, deixando-o ainda mais feio (um Corcel "pizza"). No entanto, não apresentava ferrugem e sua estrutura era boa. Mesmo assim, eu, no alto dos meus 13 anos, insisti para meu pai não comprá-lo. Foi em vão: ele saiu para dar uma volta com o guardinha e o Índio, voltando, umas duas horas depois, sem os dois caras, dirigindo o novo carro. Fiquei decepcionado... Mas quis dirigi-lo. Fomos dar uma volta pelo bairro Limoeiro (na época as ruas eram de terra) e mesmo adorando dirigir, não empolguei com o carro "novo". De noite fiquei na garagem ouvindo música no toca-fitas, que era muito bom. O hodômetro indicava 40.000 km, mas pelo estado da lataria, o fato de o motor já ter sido retificado e os 12 anos que tinha de uso, creio que devia ser uns 240.000 km, na realidade. 

Meu pai, pela primeira vez, fez o inverso: comprou um carro pensando na mecânica, não na estética. Lembro que esse Corcel II custou 75% do que o meu pai conseguiu com a venda do anterior - que tinha muita coisa na mecânica para fazer.

Naquela semana, se iniciou a Copa do Mundo e eu só queria saber de futebol. Meu pai arrumou um funileiro e pintor na Vila Santa Fé e encostou o carro na oficina para pintá-lo. Alegou que o carro era muito bom e merecia uma nova pintura.

Após duas semanas, o Corcel II ficou pronto e até que mais apresentável. Parecia carro zero, a pintura ficou perfeita! Mas aquele interior... Era de matar! Meu pai também não conseguia esconder a insatisfação. Logo ele, que sempre escolheu os carros pensando na aparência...

A única "viagem", que fizemos com ele, foi a Limeira (140 km, em ida e volta, de Cachoeira de Emas). Lembro que, nas descidas em que o 79 alcançava 150 km/h, este só chegava a 130 km/h. Meu pai dizia que era porque ainda não estava amaciado.

Em setembro de 1990, três meses após tê-lo adquirido, apareceu um senhor que era fanático por Corcel. Já havia tido vários I e alguns II. Mas por insistência da esposa, que tinha tirado, pouco tempo antes, carteira de habilitação em um Chevette, trocou o Ford que possuía pelo GM - no caso, um Chevette standart (3 volumes/sedã), motor 1400, 80/80, Verde Samambaia metálico.

No entanto, esse senhor não se acostumou com o novo carro. E queria novamente um Corcel II. Quando viu o do meu pai, com a pintura novíssima, motor novíssimo, se apaixonou e insistiu para trocar. Meu pai sempre foi apaixonado por Chevette, principalmente pelo modelo 80, com aquelas lanternas traseiras envolventes, mas recusou a oferta. Em 1990, o Corcel II era muito mais valorizado que o Chevette, na região onde morávamos. E meu pai tinha se acostumado com a confiabilidade da mecânica do Ford.

Então, o senhor ofereceu o Chevette, mais 10% do valor do Corcel II. Outra negativa. Por fim, ofertou o Chevette 80, mais 10% do valor do Corcel II 78, mais um toca-fitas TKR, que estava instalado no Chevrolet, com a condição de meu pai tirar o toca-fitas Philco/Ford do Corcel. Dessa forma, em uma noite de segunda-feira, meu pai entrava na garagem de casa, com o mais novo carro da família.

O toca-fitas Philco/Ford e o TKR que meu pai havia retirado do 79 Bege Outono, foram vendidos, poucos dias depois, por um bom preço. Na época, tempo de alta inflação, confisco de poupança, toca-fitas usados tinham um certo "valor". 

Próxima postagem: GM Chevette, 80, Verde Samambaia metálico.

Um comentário:

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