segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Volkswagen Passat LS, 1977, Branco Polar.

O nosso possuía bancos dianteiros com encosto alto (originais)

Esse Passat branco do cantinho era o nosso - viagem a Hortolândia/SP
O nosso era idêntico a este
O nosso também tinha este volante e a faixa no painel imitando madeira jacarandá; porém, o nosso tinha relógio original naquele espaço ao lado do velocímetro


No penúltimo domingo de novembro de 1993, fui com meu pai à Feira do Automóvel que funcionava no estacionamento do shopping de Bebedouro/SP. Procurávamos um carro mais velho que a Ford Belina II LDO, 1.6 à álcool, com câmbio de 5 marchas, ano 1980, Branca Nevasca, com interior monocromático marrom, que vendemos no dia anterior. Meu pai estava desempregado há 2 meses e tinha pouco dinheiro no banco. Portanto, nos tempos de inflação alta, queria comprar um carro mais barato e aplicar a diferença, para ter uma "renda".

Vimos todos os veículos disponíveis na Feira e, dentre os da faixa de preço que procurávamos, nenhum valia apena. Até que chegou um rapaz com um Passat LS, 3 portas, 1977, Branco Polar, todo original, com seus charmosos faróis redondos. O carro estava super conservado e mantinha todos os detalhes de fábrica! Era básico, mas tinha carpete no assoalho, rádio AM/FM original da Volkswagen, bancos dianteiros com encosto alto (originais - inclusive o tecido), ventilador, console central, entre outros mimos.

Quem tinha levado o carro à Feira, foi o irmão do dono. Este, tinha comprado uma Caravan 1984 e queria se desfazer do Passatinho. Segundo o rapaz, o irmão tinha comprado o Passat na cidade de São Paulo, no início de  1984, ou seja, estava com o mesmo há praticamente 10 anos. Meu pai me chamou de lado e disse: "Ou é este ou nenhum!". O carrinho estava ainda com as charmosas placas amarelas, registrado na cidade de Viradouro/SP.

Andamos no carro e estava em perfeito estado, apesar dos praticamente 17 anos de uso! O hodômetro indicava 58.000 km, mas o rapaz informou ser, na realidade, 158.000 km, pois os Passat deste ano zeravam o hodômetro quando passavam de 99.999. Completou a informação de que o irmão o havia comprado em 1984 com 60.000 km originais e tinha rodado, desde então, mais 98.000 km.

O carro arrancava bem, freava bem, era justo e firme, direção e câmbio precisos! Não estava impecável! Tinha algumas marcas do tempo, como pequenos amassados na lataria, algumas pequenas trincas no painel e o tecido dos bancos estava um pouco desgastado. Mas daquele ano, naquele preço e com aquela originalidade, dificilmente encontraríamos outro. Foi relativamente barato: custou 60% do preço pelo qual vendemos a Belina II LDO, 1980. Fechamos negócio e fui com meu pai a Viradouro (40 km em ida e volta) levar o rapaz, pagar o irmão dele e pegar a documentação. Tudo acertado, voltamos para casa com nosso terceiro (e, infelizmente, último) Passat.

No entanto, devido ao desemprego, estávamos trocando para carros cada vez mais antigos e baratos. Lembro que meu pai prometeu que, se arrumasse um emprego antes do Natal, iria comprar um carro zero quilômetro para comemorar. Se tudo desse certo, seria o nosso primeiro carro zero!

Na quinta-feira seguinte, meu pai e eu pegamos estrada para Rio Claro/SP, cerca de 500 km em ida e volta. Ele tinha uma entrevista de emprego para fazer, então fui com ele de Passat. Saímos às 4h30 da manhã de Bebedouro, pois a entrevista era às 8h. O Passat deu sorte, pois antes das 10h, meu pai saiu da sala dizendo que o emprego era dele! Ia trabalhar na cidade de General Salgado/SP, na Usina Generalco. Voltamos com o Passat  e chegamos em casa antes das 13h. Precisávamos descansar, pois no dia seguinte teríamos outra viagem para fazer: iríamos com a família toda para Hortolândia/SP, pois minha irmã Roberta que mora lá, iria se casar com meu cunhado Celso no final de semana.

No dia seguinte, após o almoço, pegamos mais uma vez a estrada com o Passat 1500 cc. O bichinho andava bem, com velocidade de cruzeiro entre 110 e 130 km/h. Talvez ele alcançasse velocidades maiores, mas meu pai não queria forçá-lo. Chegamos em Hortolândia no final da tarde, após 300 km de viagem. De noite, meu pai, meu cunhado e eu fomos de Passat a Campinas, no estádio Brinco de Ouro da Princesa, assistir a um jogo do Guarani (meu cunhado Celso é bugrino) contra o São Paulo.

No dia seguinte, foi a cerimônia e a festa de casamento! A segunda foto desta postagem foi tirada neste dia, na casa em que minha irmã Roberta morava na época (na mesma foto, estão um Monza SL/E 1.6, 1984; e um Fiat Uno CS 1300, ano 1987; ambos eram de tios meus.

No domingo, voltamos para Bebedouro e o carro sempre muito bem na estrada! Fizemos outras viagens com ele, porém curtas, como algumas a Ribeirão Preto (em uma delas, fui com meu pai levar minha irmã Alyne - que na época tinha 9 anos - para assistir a um show da cantora Angélica o estacionamento do Ribeirão Shopping! kkkkkkkk

Com este Passat, comecei a ir de carro (sozinho) para a escola, aos 16 anos. A minha escola, E E. Dr. Paraíso Cavalcanti, havia ficado 2 meses em greve. Então, houve reposição de aulas de noite! Morávamos longe do centro e o caminho era feito por ruas e avenidas desertas naquela época! Então meus pais disseram que eu poderia ir à reposição de aulas de noite, com o Passat (outros tempos)! Guardo um carinho muito grande deste carro por isto! Que delícia era voltar a noite para casa, ouvindo um rock no som do Passat! Que sensação de liberdade! Os meus colegas babavam no carrinho - apesar de ser um antigo, o Passat ainda era querido pelos jovens! Fui algumas vezes ao lago da cidade com ele! Bons tempos!

Enfim, meu pai começou a trabalhar em General Salgado (distante 250 km de Bebedouro). Ele ia de carona com um colega, na segunda de madrugada e voltava na sexta de noite.

E cumpriu o prometido: na segunda semana de dezembro de 1993, comprou um Fiat Uno Mille Electronic, 2 portas, ano de fabricação 93 modelo 94, Azul Cristal Metálico. Zerinho, zerinho! Fui com ele buscar o carro em Diadema/SP, na Grande São Paulo (a 400 km de Bebedouro). Mas esta história ficará para a próxima postagem.

Apesar de ter comprado o Uno Mille em meados de dezembro, permanecemos com o Passat como segundo carro até o finalzinho de fevereiro de 94. Após 3 meses e 5.000 km rodados conosco (163.000 km no hodômetro), o Passat era vendido a um pedreiro que morava no meu bairro. Ele passava em frente de casa todo dia e via o Passat estacionado no sol, enquanto andávamos no carro zero. Insistiu, insistiu, até que fez uma boa oferta e meu pai vendeu o carro a ele - que queria este Passat, porque era 3 portas e seria prático para carregar as ferramentas do seu trabalho.

Dias depois ele transferiu o carro para Bebedouro e colocou placas cinzas, em substituição às amarelas de Viradouro. Infelizmente não anotei as novas placas, pois seria possível saber o paradeiro dele.

Apesar de o pedreiro utilizá-lo para trabalhar, cuidava bem do carro! Em 1999, 5 anos depois, lembro que ainda tinha o mesmo carro  e estava em boas condições - apesar das marquinhas do tempo. Talvez, ainda hoje, ele esteja rodando! Quem sabe?

A terceira porta era a do porta-malas, que abria por inteira e dava acesso ao carro; prática, porém dava muito barulho interno

Próxima postagem: Fiat Uno Mille Electronic, 2 portas, 93 modelo 94, Azul Cristal Metálico.




3 comentários:

  1. Olá, adorei seu blog, li todas as postagens! Adoro histórias de carros e fiquei fascinado com a diversidade dos carros e das histórias contadas.

    Espero que continue a postar, pois eu (aposto que muitos outros) querem ver a continuação dessa saga.

    Abraços.

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  2. Amigo, vc ainda está por aqui? Gostaria de mais informações sobre a Belina LDO acima, mais precisamente imagens dos bancos e do painel imitando madeira. Estou restaurando uma e se fosse possível gostaria da sua ajuda. Obrigado!

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  3. Adorei conhecer mais sobre os carros seminovos volkswagen, bacana o artigo, esses modelo de carros são top mesmo, recomendo andar em um!

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